Panorâmica da Arte Bruta portuguesa e brasileira no CAO

Inauguração da exposição “Lusofolia: A Beleza Insensata” realiza-se neste sábado, às 18h30, em simultâneo com a mostra “R2/Fabrico Suspenso: Itinerários de Trabalho”.

A exposição “Lusofolia: A Beleza Insensata”, que inaugura neste sábado, dia 9 de novembro, às 18h30, no Centro de Arte Oliva, em S. João da Madeira, reúne obras de artistas “lusófonos” das margens da arte bruta e outsider. Patentes até 15 de março de 2020, vão estar cerca de 70 trabalhos de desenho, pintura e escultura de autores maioritariamente portugueses e brasileiros, mas também angolanos, oferecendo ao público uma visão de conjunto inédita da arte outsider oriunda destas geografias.

A exposição “Lusofolia” é inteiramente formada por obras da Coleção Treger/Saint Silvestre, com exceção de uma pintura de Paula Rego (da Coleção Norlinda e José Lima), que surge neste contexto como um contraponto. Durante a exposição é exibido o filme “Eternity has no door of Escape | Encounters with Outsider Art”, realizado em 2018, por Arthur Borgnis.

“Lusofolia: A Beleza Insensata” é comissariada por António Saint Silvestre, que, ao longo de mais de 20 anos, dirigiu em Paris, com Richard Treger, uma galeria dedicada à Arte Bruta, Outsider e Singular, onde organizou todas as exposições. Paralelamente à atividade artística e da galeria, ambos foram construindo a Coleção Treger/Saint Silvestre, hoje um dos principais acervos de arte bruta e outsider da Europa.

Fora dos limites da cultura oficial

O termo “Arte Bruta” foi criado pelo artista francês Jean Dubuffet, em 1945, para se referir a expressões artísticas criadas fora dos limites da cultura oficial, como desenhos e pinturas feitas por pacientes de hospitais psiquiátricos ou artistas marginais que desenvolveram seus trabalhos sem nenhum contacto com o sistema artístico.

O termo tem vindo progressivamente a ser substituído por Outsider Art, uma expressão cunhada por Roger Cardinal em 1972 e que abrange uma maior amplitude de obras, as realizadas por pessoas que não receberam formação artística académica nem trabalham dentro das estruturas convencionais do mundo da arte.

Em versão mais reduzida, “Lusofolia: A Beleza Insensata” teve uma primeira apresentação, na Fundação Arpad Szenes-Vieira da Silva, em Lisboa, parceira do Centro de Arte Oliva e da Coleção Treger/Saint Silvestre nesta produção. A mostra inaugura agora em S. João da Madeira, em simultâneo com a exposição “R2/Fabrico Suspenso: Itinerários de Trabalho”.

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