Missão e Função

O Museu da Chapelaria de S. João da Madeira resulta fundamentalmente da vontade de preservar uma memória colectiva que as alterações da conjuntura industrial fazem tender para a perda e que, em S. João da Madeira, é especialmente significativa mercê da importância como centro industrial de chapelaria desta região.

Essa memória colectiva consubstancia-se em elementos materiais (máquinas, ferramentas, locais, entre outros), elementos documentais (os arquivos das fábricas, recortes de jornal, correspondência particular, etc.) e testemunhos directos daqueles que participaram no processo de fabrico, comercialização e uso dos chapéus.

A vocação do museu é, nesta conformidade, estudar o objecto que elegeu, assumindo a tarefa de produzir investigação científica acerca dos seus aspectos mais significativos, preservar os testemunhos que dele existem (materiais, documentais e humanos), estudar esses testemunhos conferindo-lhes características de corpus científico, reunir e interpretar a informação disponível e, aspecto de suma importância, disponibilizar todo o trabalho realizado a um público tão vasto quanto possível.

O museu assume-se assim como entidade de preservação da memória, fazendo convergir para esse escopo fundamental a investigação, a conservação dos testemunhos disponíveis, o trabalho de documentação sobre esses testemunhos, a interpretação do material reunido e produzido e a tarefa indispensável de associar o público à sua existência.

O museu tem uma agenda social de onde emerge a necessidade da relação íntima com os públicos conquistados e a vontade de assumir públicos potenciais.

O museu actua também como um pólo socialmente activo, de congregação de um conjunto de pessoas que um dia trabalharam na indústria de chapelaria e que se poderão rever no museu, nos seus espaços expositivos e nos seus espaços de memória documental.

O projecto do museu integra um projecto de centro de documentação que incluí a documentação reunida e a reunir acerca da indústria da chapelaria e também - como elemento essencial - um acervo de testemunhos orais recolhidos segundo critérios científicos e em qualidade de arquivo.

Tal acervo será a base de trabalho de investigação antropológica.
A componente educativa e de comunicação está presente numa política de actividades que vão para além da expositiva e que, focando especialmente em públicos escolares, assume a tarefa de se dirigir a todos os públicos, independentemente do seu nível etário ou de escolarização.