AMIEIRO-COMUM

Alnus glutinosa (L.) Gaertn. 

BETULACEÆ 

 

Estatuto de conservação (IUCN)

Não avaliado (expectavelmente ) 

 

DESCRIÇÃO 

Árvore caducifólia, de copa cónica e larga, podendo atingir os 30 m de altura. Com época de floração entre fevereiro e março. Facilmente reconhecível no Inverno, quando as infrutescências se mantêm nos galhos despidos. 

O tronco é castanho-acinzentado. Liso enquanto jovem tornando-se progressivamente mais anegrado e fissurado, por fendas pouco profundas, em grandes placas quadradas ou oblongas. Os ramos são glabros e pegajosos quando jovens e apresentam gemas oblongas e pedunculadas, com 2-3 pares de escamas e tom malva. 

As folhas são alternas e pecioladas. Glabras na página superior, exibem na página inferior tufos de pelos amarelados nas axilas da nervação. O limbo é obovado a suborbicular, obtuso ou truncado na ponta, com margem duplamente dentada. 

As flores, em amentilhos, surgem antes das folhas. As masculinas em amentilhos pendentes, de tom púrpura passando a amarelado. As femininas em amentilhos em forma de pinha (estrobiliformes), de tom púrpura passando a verde. 

Os frutos são pequenas núculas bialadas, em infrutescências estrobiliformes, com escama lenhosa. Inicialmente verdes, vão passando a um tom negro-acastanhado. 

 

ORIGEM E DISTRIBUIÇÃO 

Originário da Europa Ocidental, tem distribuição em grande parte da Europa, Ásia e Noroeste de África. Ocorre um pouco por todo o território de Portugal Continental. 

 

HABITAT

Surge em margens de cursos de água, charcos e pauis, estando a sua presença dependente do contacto com a água superficial ou pouco profunda. 

CURIOSIDADES

O restritivo específico glutinosa faz referência ao facto das folhas serem pegajosas, tendo por isso sido usadas para apanhar moscas e pulgas. A madeira, homogénea e de tonalidade esbranquiçada, mas que se torna avermelhada ao corte, é fácil de trabalhar e admite tratamentos superficiais que a mascaram e imitam madeiras de superior qualidade (cerejeira, nogueira, ébano, …). A casca seca é usada no tratamento de inchaços e inflamações da boca e garganta. Reduzida a pó é usada no tratamento de hemorragias. A solução resultante da fervura da parte interna da casca em vinagre é usada na eliminação de piolhos, no tratamento de doenças de pele, nomeadamente sarna e crostas e como líquido de lavagem para os dentes. As folhas possuem características vermífugas. Da casca extrai-se um corante vermelho e dos amentilhos um corante verde. A madeira é muito resistente à água, pelo que é usada em fabrico de objetos que sejam para usar em contacto com água. Por ser rico em taninos é usado na indústria dos curtumes.