Livro sobre Forte de Peniche apresentado na Biblioteca
A preservação das memórias de resistência e luta contra o fascismo é a missão desta obra.
O livro «Forte de Peniche, Memória, Resistência e Luta» serviu de mote para uma viagem pela história das prisões políticas em Portugal, realizadas pela PIDE – Prisão Internacional de Defesa do Estado, entre 1934 e 1974.
Em sessão na Biblioteca Municipal de S. João da Madeira, Maria José Ribeiro, ex-presa política, e Daniel Oliveira, neto de um ex-preso político sanjoanense, falaram sobre as vidas de quem lutou pela liberdade em Portugal, dentro e fora das prisões.
Maria José Ribeiro, de 83 anos, partilhou na primeira pessoa as torturas e emoções sentidas na pele, nas várias vezes que teve detida pelo trabalho que desenvolvia na clandestinidade, no Partido Comunista Português.
Salientou a importância deste livro na mobilização cívica e política para se transformar o Forte de Peniche no «Museu da Resistência e da Liberdade». Aliás, esta é a causa pela qual a URAP - União de Resistentes Antifascistas Portugueses luta atualmente.
Neto de António Ribeiro Lima, sanjoanense organizador do movimento grevista dos sapateiros, em 1943, Daniel Oliveira, historiador, refere a luta que se trava nos nossos dias pela preservação da memória do que foi o fascismo e de como afetou os portugueses durante os 40 anos de ditadura.
Com esta obra, o historiador deseja que as tentativas que existem, atualmente, para reabilitar a figura de Salazar e desvalorizar a violência praticada pelo Estado Novo sobre os portugueses, seja infrutífera. “O livro retrata-nos um sítio de prisão, tortura e também de morte”, afirma.
Este livro é uma publicação da URAP e já vai na quarta edição. Nele, podemos conhecer os nomes dos 2.494 presos políticos que estiveram no Forte de Peniche. Esta organização ambiciona a instalação naquela fortaleza, do "Museu da Resistência e da Liberdade", com centros interpretativos, salas de exposições e projeção, bem como, serviços de apoios aos visitantes.
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