“Elevação a cidade reflete inconformismo dos Sanjoanenses”

Dia da Cidade de S. João da Madeira celebrado com Sessão Solene na Casa da Criatividade.

Os Sanjoanenses nunca se contentam com o muito que foram conquistando ao longo dos anos. E foi nessa senda que S. João da Madeira alcançou, em 16 de maio de 1984, o estatuto de cidade. “Esta etapa reflete o inconformismo das nossas gentes, o seu espírito inovador e o desejo de fazer, em cada dia, algo de diferente, algo de novo, algo de melhor”, como salientou o Presidente da Câmara, Jorge Vultos Sequeira, na Sessão Solene comemorativa do 35.º aniversário dessa efeméride.

Perante o muito público presente na Casa da Criatividade, o autarca lembrou que a passagem de vila a cidade não trouxe a S. João da Madeira vantagens patrimoniais, financeiras ou outras. Não foram, portanto, essas as razões que levaram os Sanjoanenses a lutar pela elevação da categoria, mas sim por se tratar de mais um marco que “tinha que ser ultrapassado”.

E, nesse processo legislativo, foi determinante o papel de Carlos Ribas, então deputado à Assembleia da República, que apresentou o projeto de lei para a elevação de S. João da Madeira a cidade e que, a convite do Presidente da Câmara, esteve nesta sessão solene comemorativa, comissariada pelo médico sanjoanense Flores Santos Leite.

“Foram homens e mulheres com esta humildade, com esta força, com esta persistência, com este apego aos bons valores que fizeram a nossa história e que nos trouxeram até aqui”, realçou Jorge Vultos Sequeira, referindo-se ao exemplo de Flores Santos Leite, que, ao 92 anos, continua a pautar a sua vida pelo humanismo, humildade, altruísmo e dedicação à cidade, como ficou patente no filme exibido nos momentos iniciais da sessão.

Flores Santos Leite foi o comissário das comemorações

Flores Santos Leite nasceu em junho de 1926, alguns meses antes da criação do município, concretizada a 11 de outubro desse mesmo ano. A sua vida acompanha, assim, a vida do concelho: “S. João da Madeira, para mim, está acima de tudo. Aqui nasceram os meus avós, os meus pais e agora a minha bisneta. Nasceram todos aqui, e é aqui que eu vivo e aqui que eu sinto…”.

Numa intervenção marcada pela poesia, voltou ao palco para ler versos seus dedicados à Praça Luís Ribeiro, que considera – como se ouviu na sua entrevista em vídeo – “o centro do mundo” e também “um espelho que reflete as pessoas”.

Para além da Poesia, também interpretada pela Associação de Promoção da Juventude (APROJ), a Sessão Solene incluiu momentos musicais, assegurados pela Academia de Música e Banda de Música, a mais antiga instituição do concelho, que interpretou o Hino de S. João da Madeira.

município