Exposição Red Light para ver no Centro de Arte Oliva

Fica patente até março de 2021.

A exposição "Red Light" foi inaugurada, no último sábado, no Centro de Arte Oliva, em S. João da Madeira, numa sessão com acesso limitado devido à Covid-19. São 100 obras da Coleção Norlinda e José Lima, da autoria de mais de 70 artistas nacionais e internacionais, dos mais consagrados aos emergentes, que podem ser apreciadas até março do próximo ano.

“Falar de sexualidade e da relação entre corpos durante uma pandemia que obriga ao retraimento e mesmo a abstenção de contacto físico e também refletir sobre as consequências do distanciamento enquanto ele se exerce".  As palavras são da historiadora de arte Sandra Vieira Jürgens, a propósito desta nova exposição de arte contemporânea, da qual é curadora.

Para a Diretora do Centro de Arte Oliva, Andreia Magalhães, a exposição revela "uma grande coerência" e tem uma relação surpreendente com o momento que o mundo atravessa, nomeadamente no que se refere à pandemia, embora a preparação tenha decorrido antes da emergência de saúde pública, já que a inauguração chegou a estar prevista para abril. A Covid, porém, obrigou a adiar para este momento a abertura ao público.

Destacando a "interpretação e pesquisa" desenvolvida por Sandra Vieira Jürgens para a organização de "Red Light", o Presidente da Câmara de S. João da Madeira confessou que esta exposição é uma das que mais o impressionou, vendo-a como "um ato de liberdade", mas também "de normalidade", pois os temas que aborda devem ser encarados "sem falsos moralismos", num momento em que "começam a aparecer na nossa sociedade discursos conservadores, discursos dogmáticos que temos de combater sem dar tréguas".

Peças de arte vão valorizar perímetro da Oliva

O autarca enalteceu ainda o papel dos colecionadores Norlinda e José Lima "em prol da cultura no nosso país", considerando que "encaram a sua relação com a arte como uma missão de interesse público".

A determinação que revelam em colocar a sua coleção ao serviço da divulgação da arte fica também patente no facto de terem cedido duas peças para instalação no perímetro da Oliva Creative Factory, que vão "valorizar a paisagem urbana" nesta zona da cidade, como salientou Jorge Vultos Sequeira, anunciado que se trata do fragmento do Muro de Berlim e de um muro com cerca de 9 metros de comprimento da autoria de António Bolota.

Afirmando que o mais importante são precisamente as obras e os artistas, o colecionador José Lima mostrou-se completamente rendido à forma como Sandra Vieira Jürgens organizou "Red Light" - "uma exposição muito boa em qualquer parte do mundo" -, classificando o trabalho da curadora como "genial".

De acordo com informação disponibilizada pelo Centro de Arte Oliva, "a Coleção Norlinda e José Lima é uma das maiores coleções de arte privadas do país: compreende mais de mil e duzentas obras de arte onde estão representados cerca de duzentos e cinquenta artistas portugueses e duzentos e trinta artistas internacionais. Iniciada pelos colecionadores em 1980, é um projeto de rara continuidade em Portugal".  

S. João da Madeira, 30 de setembro de 2020

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